Utilizações/Curiosidades: O nome científico utilizado para designar o género, Magnolia, é dedicado a Pierre Magnol, médico e botânico francês, director do Jardim Botânico de Montpellier, que viveu entre 1638 e 1715 e foi o criador do conceito actual da categoria de família em botânica.
São vulgares em Portugal, duas espécies de Magnólias, uma de folha caduca (Magnolia x soulangiana Soul-Bod), cujas flores de cor branco-rosadas revestem por completo toda a árvore, no fim do Inverno e outra de folhas perenes (Magnolia grandiflora L.), que por vezes atinge um porte excepcional, também de flores grandes e brancas, que aparecem em Junho ou Julho. Ambas são extensivamente plantadas como ornamentais. A maioria das variedades de Magnólias cultivadas, são diferenciadas pela cor das flores, entre o branco e o vermelho e pela floração precoce ou não. Nas de floração precoce estão incluídas: a var. "alba" Rehd. (var. alba superba, Hort), de flores brancas; a var. "Alexandrina", Rehd., de flores brancas no interior e purpúreas por fora, à volta da base; a var. "Lennei", Rehd. (M. Lennei, Topf), mais arbustiva, de flores carmesin a rosa purpúreo por fora, e brancas por dentro. As de floração mais tardia incluem a var. "Norbertiana", Rehd., de flores brancas e purpúreas e de folhagem vistosa; a var. "rubra", Hort (forma rubra, Rehd. var. rustica, Rehd. M. rustica rubra, Nichols), de flores rosado-avermelhadas; e a var. "speciosa", Rehd., de flores brancas no interior, com listas purpúreas por fora.
A família a que pertencem as Magnólias é considerada uma das mais primitivas de todas as plantas com flor (Angiospermae); nela estão incluidas cerca de 220 espécies cujo centro de distribuição principal é o Sudeste da Ásia, Arquipélago Malaio e Nova Guiné; outro importante grupo encontra-se no Sudeste e Norte da América, América Central e Brasil. Os fósseis de flores simples encontrados nas rochas do Terciário são imediatamente reconhecíveis e a sua perfeição sofreu poucas alterações evolutivas em 100 milhões de anos, demonstrando um paralelo excepcional com os escaravelhos que são os seus polinizadores principais (Nitidulidae spp.), igualmente encontrados em abundância no período Terciário.
Como acontece com muitas plantas utilizadas na Medicina, o seu cultivo tem uma longa história; tanto as espécies asiáticas como as americanas têm sido utilizadas em medicina local devido às suas propriedades aromáticas, estimulantes e tónicas. Na China, onde M. denudata é conhecida por ter sido cultivada durante quase 1400 anos, assume não só um significado medicinal como religioso e muitas espécies têm sido cultivadas em jardins de Templos, como símbolo de candura, pureza e do princípio feminino (Yin).
A casca e os botões florais de algumas espécies chinesas e japonesas de Magnólia, têm-se empregado como medicinais, pelas suas propriedades tónicas e estimulantes; delas têm-se isolado vários alcalóides.